segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Aquele Rio...

Vem um dia e mais outro e... os tristes números (crescentes) de vítimas que levados pela lama ou esmagados por ela junto a paredes,telhados da própria casa representam um dos mais temíveis pesadelos que a humanidade já viveu...Aquele que não estava lá se pergunta como aquela criança sobreviveu com apenas sete meses,horas de terra a sua volta,sem saber o que fazer e o que pedir...o cidadão que passou por temíveis 16 horas preso por terra de todos os lados prensado no seu peito por uma laje que segundo o mesmo disse"-não conseguia mais respirar..." em seguida aplaudidos por todos que ali estavam ele não falava nada,apenas olhava tudo ao seu redor talvez sem acreditar que estava salvo.E o que diz um dos que o retirou dali?! "-é como se tivesse pego meu filho,é a sensação de receber um filho nos braços quando vem ao mundo..." São tantas as perguntas,dúvidas que fazemos sobre tudo isso e outras coisas mais... num instante vou para a janela e contemplo o céu com o sol se pondo imaginando uma chuva daquela aqui,como seria viver tudo aquilo e depois ter força para falar caso fosse salva?Olho o "meu céu" num dia de indagações,incertezas,dúvidas que pairam num dia qualquer e o contemplo ... não deixo de registrar ele tá tão carregado de cores que variam a cada segundo que passa um curto momento que durou poucos minutos,uns 20 acredito mas não podia deixar de fixá-lo,imaginá-lo de uma outra cor, forma ,tamanho num outro lugar.Assim, acaba mais uma tarde de sol para a chegada de mais uma noite quente que aquece nossos corpos sem esquecer daquele céu nublado que ainda chora naquele rio que virou um mar de lama.

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